A recente Lei da Garantia Jovem acaba de ser aprovada e já está em vigor. Este apoio destina-se a jovens até 35 anos que desejam adquirir uma casa própria, permitindo que solicitem aos bancos um empréstimo que cubra 100% do valor do imóvel. Anteriormente, era necessário apresentar no mínimo 10% do valor da casa como entrada, pois os bancos estavam limitados a financiar apenas até 90% do valor de compra ou de avaliação.
Contudo, conforme análise do jornalista Pedro Andersson, especializado em Finanças Pessoais, esta medida não é um verdadeiro benefício para os jovens. Andersson aponta que a Lei da Garantia Jovem, ao permitir o financiamento total do imóvel, traz consigo impactos financeiros de longo prazo que podem pesar significativamente no orçamento dos jovens adquirentes.
O que Muda com a Garantia Jovem
A principal alteração trazida por esta lei é o acesso ao crédito total, ou seja, jovens poderão adquirir um imóvel sem a necessidade de poupar para a entrada inicial. Em teoria, isso parece positivo, pois elimina a barreira inicial que impedia muitos de avançarem com a compra de uma casa. No entanto, Andersson alerta para as consequências financeiras que podem surgir, uma vez que esta facilidade inicial pode resultar em encargos elevados ao longo do tempo.
Ele destaca que os jovens beneficiados por esta medida enfrentarão prazos de pagamento mais longos e valores totais de pagamento mais elevados, dado que estarão a contrair um empréstimo de 100% do valor do imóvel. Isto significa que, ao longo dos anos, o custo final da casa será substancialmente superior.
Custos e Requisitos Adicionais
Outro ponto importante a considerar são os requisitos adicionais impostos por esta medida. Embora facilite o acesso inicial à habitação, a Lei da Garantia Jovem exige que os candidatos cumpram uma série de critérios para serem elegíveis, o que poderá limitar o acesso para alguns jovens. Segundo Andersson, muitos dos jovens que tentarem beneficiar desta medida poderão enfrentar burocracias e condições que dificultem o processo, tornando-o mais complexo e exigente do que aparenta inicialmente.
Disponível em Bancos a Partir de Dezembro
A previsão é de que os bancos comecem a disponibilizar este apoio a partir de dezembro, altura em que os interessados poderão submeter os seus pedidos de crédito ao abrigo desta nova lei. Andersson observa que esta medida, ainda que benéfica para alguns no curto prazo, pode comprometer o futuro financeiro de quem a adotar, devido aos altos custos que estarão associados ao crédito integral.
Análise de Pedro Andersson
Pedro Andersson analisa detalhadamente as implicações desta nova medida no seu podcast “Contas-poupança”. Conhecido pelo seu trabalho jornalístico em Finanças Pessoais, ele explora semanalmente temas que auxiliam os portugueses na gestão do seu dinheiro, e esta semana dedicou o episódio à nova Lei da Garantia Jovem. Para aqueles que buscam uma visão crítica e informada sobre este apoio à habitação, o episódio é uma oportunidade para compreender melhor os desafios e as armadilhas potenciais desta medida.
Disponível todas as segundas-feiras às 7h, “Contas-poupança” oferece um conteúdo educativo sobre finanças e pode ser ouvido em diversas plataformas de podcast, oferecendo uma “boleia financeira” para começar bem a semana.